A Polícia Civil de Coroados (SP) investiga um vereador suspeito de agredir um menino de 12 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), enquanto ele brincava em um parque de diversões da cidade.

As investigações começaram depois que a família da criança registrou um boletim de ocorrência, no domingo (12). O g1 teve acesso ao documento nesta quarta-feira (15).

De acordo com o relato do pai à polícia, a agressão ocorreu após o vereador pedir para que a criança descesse de um brinquedo. O menino, então, se recusou a descer, alegando que o local era público e o brinquedo deveria ser compartilhado.

Em seguida, o vereador teria reagido com xingamentos e, segundo a versão do pai, pegou o menino pelo pescoço e o derrubou no chão, o que causou ferimentos no pescoço e perna dele. Em depoimento, o vereador negou as acusações à polícia.

Após o ocorrido, o pai contou que o menino ficou abalado e teve crise de ansiedade. O garoto foi encaminhado ao Pronto-Socorro Municipal de Birigui (SP), onde passou por atendimento e, depois, foi liberado.

O boletim de ocorrência, registrado pela família na delegacia de Coroados, também destacou que a criança possui TEA, o que pode ter agravado a reação emocional ao ocorrido.

Ao g1, o delegado responsável pelas investigações, Nilton Aparecido Marinho, informou que o parlamentar afirmou que pediu que a criança descesse de um brinquedo de plástico pois corria o risco de se machucar ou de quebrar a estrutura.

O vereador também alegou à polícia que retirou o menino do brinquedo pelo braço, sem agressão física. Além do relato do político, o delegado informou que irá ouvir uma testemunha que estava no local.

Ainda segundo o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada, assim como o Conselho Tutelar. O delegado solicitou que a criança faça um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) para análise dos ferimentos.

Laudo médico

A reportagem teve acesso ao laudo médico da criança, que descreve que ele possui defasagem acentuada de aprendizagem e dificuldades significativas em áreas como linguagem, memória e atenção, características típicas de seu diagnóstico.

Em depoimento à polícia, a família alegou que a atitude do vereador foi desproporcional, ressaltando que o menino, apesar de suas dificuldades relacionadas ao TEA, sempre foi uma criança educada e carinhosa.

"Agredindo uma criança autista, demonstra que ele não tem a capacidade para ajudar a administrar o nosso município", reforça.

O que diz a Câmara

Por meio de nota, a Câmara de Coroados se pronunciou sobre a suposta agressão envolvendo o vereador e informou que não recebeu nenhuma denúncia oficial sobre o caso.

Reafirmou que, conforme seu regimento interno, acompanhará a investigação junto às autoridades competentes, aguardando informações oficiais para tomar as devidas providências.

Por: G1