AURIFLAMA - O dono de uma loja de armas, o irmão dele e um terceiro suspeito foram presos em flagrante na sexta-feira (18), em Auriflama, acusados de forjar um furto de 63 armas de fogo e mais de 30 mil munições. O caso ocorreu em um estabelecimento localizado na avenida João Rodrigues Fernandes e chamou a atenção pela suposta invasão à sala do cofre — que, segundo apurado, teria sido feita de dentro para fora.

A Polícia Militar foi acionada após o comerciante relatar que um vizinho notou tijolos espalhados no chão do depósito que faz divisa com a loja de armas. Ao verificar, o proprietário encontrou um buraco na parede dos fundos da sala cofre e disse ter constatado o furto.

Segundo o dono da loja, ele não acessava a sala do cofre desde a terça-feira e, ao entrar, percebeu que haviam sido levadas 63 armas — entre pistolas, revólveres e uma carabina — além de 30.960 munições, sendo 28.040 de calibres permitidos e 2.920 de calibres restritos. Ele afirmou ainda que todas as armas já estavam vendidas, mas permaneciam no local à espera da retirada pelos compradores, após regularização.

Contradições e investigação

A Polícia Civil de Araçatuba foi acionada para assumir o caso e realizou perícia no local. As investigações logo identificaram contradições no depoimento do proprietário. Um dos indícios mais fortes foi o fato de que nenhuma arma pertencente ao dono foi levada no suposto furto — ele havia retirado todo seu acervo pessoal anteriormente, o que levantou suspeitas.

Outro ponto que chamou a atenção foi a ausência de armas de maior valor, como fuzis, que estavam no local, mas não foram subtraídas. Além disso, uma das armas incluídas na lista das "furtadas" havia sido localizada em Franca, dois meses antes, e constava em boletim de ocorrência. O comerciante admitiu saber disso desde a terça-feira, mas não comunicou às autoridades.

Câmeras e confissão do irmão

A polícia também analisou imagens de segurança das redondezas, que mostraram um homem entrando na loja pela lateral durante a madrugada da quarta-feira (16), carregando uma caixa. Confrontado, o proprietário reconheceu o irmão nas imagens. O homem, que é dependente químico, foi localizado e confessou informalmente o furto.

Segundo ele, usou uma chave do cadeado para entrar no prédio e, com chave de fenda e serra, arrombou a parede e teve acesso à sala do cofre. Disse ainda que a venda das armas teria contado com o apoio do próprio irmão, dono da loja.

Apreensões e flagrante

Na casa do irmão do comerciante, a polícia encontrou uma pistola calibre .380 da marca Taurus, carregada com 18 munições, além de dois carregadores. Ele também indicou que havia repassado outras duas armas a um terceiro envolvido, que foi localizado, mas negou participação e não estava com nenhum material ilícito.

Na casa do proprietário, a polícia encontrou apenas as armas pessoais, todas regularizadas. O trio foi levado à delegacia e teve a prisão em flagrante decretada.

Crimes investigados

O caso foi registrado como:

- Art 17 da lei 10826 - Comércio ilegal de armas.
- Art 12 da lei 10826 - Posse irregular de arma de fogo.
- 288 CP - associação Criminosa.
- 168 CP - Apropriação indébita.

A Polícia Civil instaurará inquérito para apurar os detalhes e tentar recuperar as armas dadas como furtadas.