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Francisco Airton Saracuza foi condenado a 8 anos de prisão em regime fechado por desviar R$ 400 mil da prefeitura e beneficiar grupo restrito de servidores aliados com altos pagamentos no fim do mandato
REGIÃO - O ex-prefeito de Urânia, Francisco Airton Saracuza, foi preso na tarde de segunda-feira (28) em sua residência, após ter sua condenação por desvio de verbas públicas transitada em julgado, ou seja, sem possibilidade de novos recursos. A pena é de 8 anos de prisão em regime fechado, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo.
A investigação começou há cerca de uma década e foi conduzida pela Polícia Federal, que identificou o desvio de aproximadamente R$ 400 mil em recursos repassados pelo Governo Federal à prefeitura. O caso ganhou repercussão nacional à época pela suspeita de fraudes em pagamentos trabalhistas e favorecimento político.
Benefícios seletivos e salários atrasados
De acordo com a PF, no último dia da gestão de Saracuza, 12 servidores próximos ao ex-prefeito, muitos deles filiados ao seu partido ou integrantes de sua coligação eleitoral, receberam altos valores em indenizações trabalhistas — incluindo férias e licenças-prêmio acumuladas por até sete anos.
Alguns ex-assessores jurídicos chegaram a receber acertos superiores a R$ 60 mil. Além das indenizações, também foram pagos salários de dezembro, 13º salário e férias proporcionais apenas a esse grupo restrito de servidores.
Enquanto isso, mais de 400 servidores municipais não receberam sequer o salário de dezembro nem o 13º, o que gerou dificuldades financeiras para grande parte da equipe da prefeitura. Muitos relataram ter recorrido a ajuda de familiares para pagar contas básicas no fim do ano.
Irregularidades nos aumentos e verbas prescritas
A PF também constatou que os assessores beneficiados com os pagamentos teriam recebido aumentos salariais de até 400% durante a gestão de Saracuza, sem justificativa técnica. Além disso, algumas das verbas indenizadas estavam prescritas juridicamente, o que evidencia a intenção deliberada de favorecer aliados políticos.
Segundo os investigadores, o valor utilizado para pagar os 12 servidores privilegiados teria sido quase suficiente para quitar toda a folha salarial de 295 servidores ativos da época.
Prisão anterior e julgamento definitivo
Francisco Saracuza já havia sido preso em 2017, durante a fase inicial das investigações, após mandado de prisão temporária emitido pela Justiça. Na ocasião, permaneceu seis meses detido e foi solto por meio de habeas corpus.
Agora, com o esgotamento dos recursos e a confirmação da sentença pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a Justiça determinou o cumprimento imediato da pena.
A TV TEM tenta contato com a defesa do ex-prefeito.